Puglista
baiano lista os cinco confrontos mais marcantes no boxe: os quatro títulos
mundiais e a despedida dos ringues.
Quarenta e uma lutas.
Trinta e nove vitórias – sendo 33 por nocaute – e apenas duas derrotas. O
currículo de Acelino “Popó” Freitas é vasto e invejável. No meio de tanto
sucesso, seria até difícil pedir para o pugilista escolher as cinco lutas mais
marcantes, certo? Errado. Sem pensar por muito tempo, Popó elegeu o Top 5 de
sua carreira com os embates mais representativos para ele.
Tetracampeão mundial em
duas categorias diferentes, o pugilista listou os quatro títulos conquistados
nos ringues e a despedida contra Michael Oliveira. Rápido e certeiro. Além de
não precisar de muito tempo para listar o Top 5, Popó lembrou exatamente as
datas – com dia, mês e ano – de cada confronto.
- Esses foram, para
mim, os momentos mais marcantes de minha carreira – opinou.
A história vitoriosa
conta com os títulos dos superpenas da Organização Mundial de Boxe (WBO) e da
Associação Mundial de Boxe (WBA), além do cinturão dos leves da WBO, que perdeu
em agosto de 2004 e recuperou em 2006. Com esse histórico, confira a relação elaborada
pelo baiano:
1) Primeiro cinturão
Com 20 lutas e 20
nocautes, Popó se credenciou para, no dia 7 de agosto de 1999, desafiar o russo
Anatoly Alexandrov – então detentor do cinturão dos superpernas da WBO. Como
desafiante, o baiano tratou logo de impor respeito.
Na luta realizada na
França, Popó tomou a iniciativa e derrubou o russo, que conseguiu se levantar,
mas foi a nocaute logo depois. A força dos golpes foi tamanha que Alexandrov
permaneceu inconsciente por cinco minutos, tempo bem superior aos 94 segundos
de duração do confronto.
- Foi o meu primeiro
título mundial. Eu tinha 23 anos e era o auge de minha carreira. Foi muito
bacana – relembrou Popó.
Depois de conquistar o
cinturão da WBO e defendê-lo seis vezes, Popó decidiu lutar pela unificação. O
confronto com o cubano Joel Casamayor era um duelo de invictos.
Popó tinha 30
lutas e 30 vitórias. Casamayor, que além do cinturão da WBA era campeão
olímpico, não havia perdido nos 26 embates da carreira. Até encontrar Popó.
- Foi uma luta
traumatizante para mim. E dramática. Eu levei 45 pontos no rosto – contou o
baiano.
2) A unificação
Realmente, a luta não
foi nada fácil. No dia 12 de janeiro de 2002, Popó e Casamayor se alternaram em
bons momentos no confronto. O brasileiro conseguiu um knockdown, e o cubano foi
penalizado por um golpe ilegal, quando o juiz separava os lutadores. Estes dois
pontos foram fundamentais para a vitória unânime por pontos: 114 a 112 para
Popó.
3) Acima do peso
Vencer a balança sempre
foi um desafio na carreira de Popó. Após muita batalha para reduzir o peso e se
enquadrar no necessário para o superpenas (até 59kg), o então campeão da WBA e
WBO decidiu mudar de categoria. Popó subiu para o peso leve (até 61,2kg) e
desafiou Artur Grigorian, do Uzbequistão, então campeão da WBO.
- Contra Casamayor, eu
unifiquei os títulos da associação e da organização mundial de boxe. Contra
Artur, eu subi de peso para os leves e consegui o terceiro título mundial –
disse.
O confronto aconteceu
no dia 3 de janeiro de 2004, nos Estados Unidos. Grigorian estava invicto e já
havia defendido o título por 16 vezes. Popó dominou o combate e venceu, mais
uma vez, por pontos: 115-108, 116-107 e 116-107.
O cinturão fez com que
o baiano se tornasse o maior campeão do boxe no Brasil e fosse eleito o lutador
do ano pela WBA.
4) A reconquista
O cinturão do peso leve
da WBO não ficou por muito tempo na estante de Popó. Em agosto de 2004, ele
sofreu a primeira derrota da carreira. Foi superado por Diego Corrales e perdeu
o título da categoria. Mas, dois anos depois, mais precisamente no dia 29 de
abril de 2006, o brasileiro subiu ao ringue para enfrentar o americano Zahir
Raheem no duelo pelo cinturão que estava vago.
- Havia perdido o
título mundial, e nessa luta recuperei o cinturão dos leves – lembrou o
lutador.
A luta foi equilibrada.
Foram 12 rounds de muita disputa, e a reconquista do título após decisão
dividida dos árbitros. Com o cinturão da WBO em mãos novamente, o lutador
baiano anunciou pela primeira vez a aposentadoria, que não durou muito tempo.
5) A despedida
Depois de ter parado de
lutar pela primeira vez, Popó voltou aos ringues para enfrentar o americano
Juan Diaz pela unificação dos títulos do peso leve em 2007. O brasileiro perdeu
o duelo e anunciou nova aposentadoria. O descanso do boxe só foi paralisado
este ano, quando aceitou fazer uma luta de despedida a pedido do filho.
No dia 2 de junho de
2012 – com 36 anos de idade e após cinco anos afastados dos ringues –, o baiano
enfrentou Michael Oliveira em Punta del Este, no Uruguai. A vitória aconteceu
no melhor estilo Popó: nocaute técnico no nono round.
- Eu treinei muito forte.
A luta ficou marcada para mim porque treinei muito. Encerrei a carreira com
chave de ouro, com mais um nocaute.
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