(Foto: Pedro Triginelli)
Advogado
solicitou à Justiça inclusão em programa de proteção à testemunha. Petição
também pedia transferência de unidade prisional, o que foi negado.
A defesa de Jailson
Alves de Oliveira, detento que teria ouvido uma confissão de um dos réus do
caso Eliza Samudio, pediu à Justiça mineira para que o cliente e a mulher dele
sejam incluídos no programa de proteção à testemunha. De acordo com o advogado
Angelo Carbone, o preso e a esposa estariam sendo ameaçados de morte. A petição
foi entregue, na última segunda-feira (23), à Vara de Execução Criminal (VEC)
de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Jailson de Oliveira
teria ouvido revelações sobre a morte e desaparecimento da modelo. Ele disse à
polícia que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, afirmou ter
matado a ex-namorada do goleiro, queimado o corpo e jogado em uma lagoa. Ele
também denunciou um suposto plano para matar cinco pessoas envolvidas no
processo.
De acordo com o juiz da
VEC, Wagner Cavalieri, a análise do pedido inclusão em programa de testemunha é
competência da Vara do Tribunal do Júri da comarca e, por isso, encaminhou uma
cópia do documento ao magistrado responsável. A assessoria do Tribunal de
Justiça de Minas Gerais (TJMG) não soube informar, nesta quinta-feira (26), se
havia um novo andamento para o pedido.
O documento foi
entregue à Justiça dias após Jailson de Oliveira ter fugido do Centro de
Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) São Cristóvão, na capital mineira.
O detento foi recapturado em São João Evangelista, na Região do Vale do Rio
Doce, e levado para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, onde também
estão detidos dois réus do caso Eliza – Bruno Fernandes e Luiz Henrique Romão,
o Macarrão.
À Justiça, Angelo
Carbone também solicitou a transferência do cliente para “longe dos olhares
ameaçadores do Bruno e do Macarrão”. O defensor pediu ainda que Jailson de Oliveira
não seja acautelado em São Joaquim de Bicas, onde Bola está detido.
Segundo o juiz Wagner
Cavalieri, um ofício foi encaminhado à Penitenciária Nelson Hungria, pedindo
que seja garantida a integridade física do preso. Entretanto, o magistrado descartou
a possibilidade de transferência pelo fato de a unidade onde o detento está ser
de segurança máxima.
Carbone solicitou ainda
a realização de uma audiência, a apuração da fuga do cliente e a progressão do
regime para o semi-aberto por tempo cumprido de pena.
De acordo com
Cavalieri, a audiência deverá ser feita, mas não devido ao pedido do advogado.
Segundo o magistrado, ao fugir do Ceresp, o detento cometeu uma falta grave e,
por isso, terá que prestar contas à Justiça. Ainda de acordo com o juiz, a fuga
pode vir a prejudicar a concessão de benefícios, como a progressão do regime,
que ainda será analisada.
Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno
Fernandes e mais sete réus vão a júri popular no processo sobre o
desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a
polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo
Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado. Em fevereiro de 2010, a jovem deu à
luz um menino e alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino
mora com a mãe de Eliza, em Mato Grosso do Sul.
O goleiro, o amigo Luiz
Henrique Romão – conhecido como Macarrão –, e o primo Sérgio Rosa Sales vão a
júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado
e ocultação de cadáver. Sérgio responde ao processo em liberdade. O ex-policial
Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri
popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Dayanne, ex-mulher do
goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro
do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de
Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por
sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em
dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo,
que chegou a ser indiciado, foi inocentado.
Segundo o Tribunal de
Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do
caso Eliza Samudio.
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